Não é de hoje que as adversidades ocasionadas pelo ser humano ao fluxo natural da vida têm sido foco de discussão nos mais diversos âmbitos. Há uma visível preocupação internacional em manter nivelada a quantidade de carbono na atmosfera, bem como evitar que a crescente expansão industriológica venha a suprimir completamente as já acuadas maravilhas jubilantes.
A situação começou a pesar na década de 90, quando a mensagem midiática passou a ser direcionada ao público infantil, tamanha a necessidade de conscientização em virtude das atrocidades pelas quais a Mãe Terra vinha passando. Nessa época, cartoonistas de todos os cantos promoveram uma nova ideologia baseada na preservação ambiental, já impulsionada pelo mangaká mestre, Osamu Tezuka, que lançou na década de 1950 a série "Kimba, Jangaru Taitei", um marco das fábulas contemporâneas.
Nos mesmos moldes, lançamentos polêmicos como "The Animals of Farthing Wood" (Animais do Bosque dos Vinténs) e "Captain Planet" (Capitão Planeta), ambos com conteúdo tristemente realista, tomaram o lugar de séries clássicas para divulgar a destruição inescrupulosa dos ecossistemas em virtude do progresso humano.
Sobretudo, Captain Planet tornou-se marcante pelo seu super-herói, o Capitão Planeta, o qual surgia após a interação dos cinco elementos da vida (água, fogo, terra, ar e coração, sendo este último apologia ao "espírito" que supre a ponta superior do pentagrama pagão). Guiados por Gaia, a sábia mãe Terra, os jovens protagonistas conservacionistas, lutavam contra tudo e todos para proteger o mundo.
Mais tarde, no século XXI, presenciamos o nascimento de personagens mais agressivos, sobre os quais jaz a assertativa de que "os fins justificam os meios": Gloomy Bear! De longe, o mais querido ToyArt do globo (diga-se de passagem, meu favorito), esse ursinho sanguinolento deu as caras no Japão desafiando todos os fãs da fofura dos cartoons da Disney e Sanrio. A história do Gloomy é triste: um filhote de urso abandonado e encontrado pelo garoto Pity, o qual o leva para casa e cria até a maturidade. Porém, o ursinho, outrora alegre e carinhoso, surta psicoticamente atacando seu humano e quem estiver ao redor.
Esse foi exatamente o recado que o criador do Toy, Mori Chack, quis passar: há um abismo profundo entre animais e seres humanos, e se os humanos continuarem tentando dominar a natureza, não tardará a sofrerem as consequências.
Deste modo, é fácil inferir que os problemas deste século continuam os mesmos do século passado, mas só têm piorado. Os eremitas antigos já pregavam o equilíbrio como fonte da felicidade, entretanto, tais ensinamentos se perderam ao longo dos milênios, levando a crer que a supremacia do ser humano sobre o planeta (o qual não passa de uma simples máquina, em concepção axiologica) é torpemente aceita e amplamente divulgada através de acepções 'inocentes': consumismo, hipossuficiência do corpo, fragilidade humana em relação ao ambiente/animais.
Pela lógica hierarquia, quem acreditas ser mais digno de viver nesta Terra? tu, ou Eles?
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